Histórico do Projeto

Ações da Prefeitura de Várzea Grande entre 2010-2012

Em 2010, técnicos da Secretaria de Meio Ambiente, da Secretaria de Promoção Social e da Defesa Civil de Várzea Grande, realizaram uma vistoria na Lagoa do Jacaré com o objetivo de identificar as ocupações irregulares na área de preservação permanente (APP) e nas áreas de risco.

Nesta vistoria, foram cadastradas cerca de 244 famílias com moradias nas áreas de risco e de APP (relatório e mapas em anexo), que resultou na remoção de grande parte das casas nos locais com risco mais elevado. Os moradores foram cadastrados em programa de casas populares e as casas foram demolidas.

Este levantamento resultou também na monografia de especialização da bióloga da Secretaria de Meio Ambiente, Roseli Port, que constatou que em 27 anos, de 1983 a 2010, a Lagoa do Jacaré perdeu quase 75% de sua área úmida, passando de 74.125 m² para 18.365,26 m². Esta perda se deve ao avanço da ocupação urbana na APP e ao soterramento, agravado pela degradação ambiental causada pelo lançamento de esgoto e lixo no local. Esta ocupação vem resultando em várias perdas de funções e serviços ambientais, da fauna e flora, pela falta de uma efetiva fiscalização e, principalmente, pela omissão do poder público, conforme mencionado pela bióloga (monografia em anexo).

A autora cita ainda que: “A transformação da área num parque urbano minimiza os problemas de alagamentos, disponibiliza uma área para o lazer e, principalmente, o melhoramento estético em relação ao estado atual, que causa repulsa e medo à população circunvizinha. Cessando os atuais impactos ambientais na Lagoa do Jacaré, a recuperação poderá se dar de forma progressiva, retornando ao seu papel ambiental, disponibilizando os elementos para a restauração natural de forma gradual das funções e dos serviços ambientais”.

Relatório de vistoria Lagoa do Jacaré (2010)

Monografia Roseli Port

Mapas das áreas de risco na Lagoa do Jacaré

2016

Neste ano, a Profª Selma Nunes, da Escola Estadual Maurício Ernandy Baracat, situada em Várzea Grande, ingressa no Programa de Pós-Graduação em Recursos Hídricos da Universidade Federal de Mato Grosso, onde desenvolve uma dissertação de mestrado na sua escola, com alunos de duas turmas do ensino médio. Esta dissertação, orientada pela Profª Daniela Figueiredo, trata-se de um diagnóstico socioambiental participativo e interdisciplinar na micro bacia do Córrego Jacaré, onde a escola está localizada e onde moram vários dos alunos que participaram do projeto na época. O método adotado neste trabalho foi o VERAH (Vegetação, Erosão, Resíduos Sólidos, Água e Habitação), proposto pelo pesquisador Antônio M. S. Oliveira da Universidade de Guarulhos.

 

2018

O trabalho desenvolvido pela Profª Selma resultou em um projeto de educação ambiental permanente na escola, bem como em um projeto de extensão da UFMT, onde praticamente todos os alunos e professores participaram. Eles aplicaram o mesmo método e ainda desenvolveram diversas ações na escola Ernandy Baracat, com outras escolas da região e com a comunidade, como mutirão de limpeza, plantio de árvores, colocação de placas educativas, gincanas, entre outros, com apoio da Prefeitura de Várzea Grande e lideranças locais.

Em julho deste ano, vários alunos e professores da escola participaram de uma vivência no Pantanal, em Barão de Melgaço e na localidade de Mimoso, com o apoio da Polícia Militar Ambiental. Nesta vivência, puderam perceber a conexão da parte alta do rio Cuiabá, onde se localiza a área urbana de Várzea Grande e a micro bacia do Jacaré, com a parte baixa, na planície do Pantanal. Os alunos fizeram entrevistas com ribeirinhos e com moradores da cidade, conheceram a história de Rondon, que nasceu em Mimoso, e visitaram a baía de Chacororé, que se conecta com o rio Cuiabá na época de cheia. 

Ao final de 2018, houve um grande evento na escola para apresentação do trabalho pelos professores e alunos à comunidade escolar, moradores e representantes do poder público, como membros da Prefeitura de Várzea Grande, Centro Universitário de Várzea Grande (UNIVAG) e do Ministério Público. Os alunos da escola apresentaram os resultados de um ano de trabalho e propostas para recuperação ambiental da micro bacia do Jacaré. Foi ainda apresentado um projeto de um parque para a Lagoa do Jacaré pelos estudantes do Mestrado em Arquitetura e Urbanismo da Univag.

 

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Visita da equipe do projeto ao secretário da Prefeitura Kalil Baracat, atual prefeito municipal.

2019

Neste ano o projeto continuou sendo realizado pela Escola Ernandy Baracat. Vários resultados positivos foram percebidos na comunidade, como redução de lixo e entulho nas proximidades da Lagoa do Jacaré e a construção de um  jardim com o nome “Jardim das Mulheres” em uma das laterais da lagoa. No local do jardim a escola realizou uma gincana com concursos de paródias em defesa da lagoa e do meio ambiente, manifesto e caminhada em defesa da lagoa, concurso de placas educativas, bem como mais um mutirão de limpeza e plantio de árvores. 

Na escola Ernandy Baracat (atualmente fechada) foram percebidos, no decorrer de 2019, vários impactos positivos resultantes do desenvolvimento deste projeto, como redução de casos de violência, aumento na procura por matrícula e melhoria da motivação e no rendimentos dos alunos.  

No segundo semestre deste ano foi dado início à construção do presente projeto, “Educação Ambiental: conhecer para transformar”. Foram realizadas reuniões e diálogos com pesquisadores, professores das escolas públicas, moradores, lideranças e membros de possíveis instituições parceiras. 

Além disso, foram realizadas algumas ações com a comunidade, como a divulgação de um post nos grupos de mídias sociais sobre a importância dos sapos no controle de vetores e da disposição adequada do lixo.

As atividades do projeto desenvolvidas neste ano e em 2018 resultaram também em um capítulo no livro Aprendizagem Territorial, Educação e Resistências no Campo e na Cidade (ver páginas 83-108) publicado pela Universidade Federal do Pará, Rede Data Luta, disponível no link:

(PDF) APRENDIZAGEM TERRITORIAL, EDUCAÇÃO E RESISTÊNCIAS NO CAMPO E NA CIDADE (researchgate.net)

2020

No início de 2020, o atual Projeto foi homologado no Sistema de Projetos de Extensão da Universidade Federal de Mato Grosso (Siex-UFMT), para começar em março de 2020. Porém, por conta da pandemia da Covid, seu início foi adiado para março de 2021.